terça-feira, 30 de setembro de 2008









 

 

 

 

Tá doente, fica em casa


O que as companhias norte-americanas estão fazendo para combater o presenteísmo causado por problemas de saúde


54% Mandam o empregado doente para casa


40% Educam os empregados sobre a importância de ficar em
casa quando estão com problemas de saúde


34% Procuram disseminar uma cultura que desencoraja trabalhar
quando doente


9% Não limitam o número de dias que o trabalhador pode se afastar por motivo de doença (sick days)


15% Outros


(Fonte: 2007 CCH Unscheduled Absence Survey)



Presente, mas sem cabeça


Não são só as complicações de saúde que atrapalham a produtividade do “presenteísta”. Um filho doente ou o aumento na conta do plano de saúde também podem impedir a concentração no trabalho. “Tem coisas que acontecem com o colaborador das quais a empresa sequer tem idéia. Somente agora elas estão se dando conta de que precisam prestar mais atenção na vida particular da pessoa”, observa Thais. Para evitar que problemas familiares ou financeiros atrapalhem o trabalho, os profissionais dos departamentos de RH de várias empresas estão virando psicólogos dos colaboradores. Algumas companhias chegam a oferecer até serviços de assessoria e educação financeira para os empregados e familiares.


“Além de investir em segurança e na melhoria do ambiente de trabalho, precisamos ter a preocupação com os outros aspectos que podem influenciar na saúde e no bem-estar do empregado”, assinala Leila Fátima Praga Pinheiro, coordenadora de projeto e assessora de assuntos psicológicos da Arcelor Mittal. Como se trata de uma atividade de elevado grau de risco, a empresa tem de estar atenta a qualquer sintoma de problema – no trabalho ou em casa – que possa se transformar em um acidente de trabalho.







 

“Os gastos das empresas para combater o problema do presenteísmo são muito pequenos se comparados ao que elas perdem em produtividade quando ignoram o problema”


Thais Blanco
consultora da Hewitt Associates


A solução encontrada pela Arcelor foi criar o Programa de Gestão Orçamentária (PGO) em 2003. O programa acontece em dois módulos: um educativo e outro preventivo. No primeiro, são feitas palestras às famílias sobre aspectos comportamentais da relação com o dinheiro. No outro, os colaboradores aprendem sobre juros compostos, importância de poupar e possibilidades de investimento. O programa contribuiu para que a empresa reduzisse de 11 para cinco o número de acidentes de trabalho em 2007. A produtividade, por sua vez, aumentou 12,5% no período. “Esse tipo de ação, que envolveu 4,5 mil empregados, ajudou a evitar o desperdício de matéria-prima, a reduzir o número de acidentes e a diminuir o absenteísmo”, observa Leila.


Muitas vezes, entretanto, o colaborador não se sente à vontade para falar de problemas pessoais a alguém da empresa. Isso ocorre especialmente em situações delicadas, como separações ou problemas com a guarda de filhos. Foi pensando nessas dificuldades que a empresa de consultoria Mind desenvolveu um serviço de 0800 especializado no apoio ao trabalhador e sua família. “A idéia é permitir que o empregado aprenda a lidar melhor com os problemas pessoais, evitando que eles atrapalhem a produtividade no trabalho”, explica Ricardo Esch, psicólogo e sócio da Mind. Na central da Mind, a pessoa é atendida por um psicólogo que procura identificar qual é o problema e a encaminha para o profissional adequado – numa consulta presencial. Há mais de 3 mil profissionais conveniados nas áreas de psicologia, assistência social, economia, contabilidade, advocacia, fonoaudiologia, psicomotria, entre outras especialidades. A Bristol e a AES Sul são algumas das clientes da Mind que disponibilizam o serviço aos seus empregados.


Entre os especialistas em RH, existe o consenso de que, em geral, as soluções para diminuir o presenteísmo são baratas. Ou poderiam integrar outros programas já existentes nas companhias. “Os gastos das empresas são muito pequenos, se comparados ao que elas perdem em produtividade quando ignoram o problema”, compara Thais Blanco, da Hewitt. A solução da central de atendimento da Mind, por exemplo, custa menos do que um vale-refeição por mês, por família.


Portanto, os avanços dependem mais da consciência da empresa e dos colaboradores sobre a importância de olhar o presenteísmo como um problema organizacional. “Se qualquer pessoa adoece, significa que a organização está um pouco doente”, compara Beatriz Magadan, da DRH Consultoria. Além da empresa, o funcionário também deve ter consciência sobre sua situação particular e procurar ajuda para que os problemas não atrapalhem sua produtividade. “Em última instância, o colaborador pode ser um agente catalizador de mudanças de posturas dentro da organização”, aconselha Beatriz. 










 


Como identificar os sintomas do presenteísmo


A crescente preocupação com o presenteísmo levou alguns institutos de pesquisa a desenvolver ferramentas para ajudar as empresas a detectar o problema e, principalmente, as suas causas. Entre esses instrumentos estão o Work Productivity and Activity Impairment (WPAI) e o Work Limmitation Questionaire (WLQ), ambos já traduzidos no Brasil. O objetivo é verificar a relação entre a produtividade e a situação de saúde, física e psicológica, de cada trabalhador.


Confira alguns itens do questionário WLQ, aplicado aos empregados:


1. Minha atividade física tem me ajudado a ficar mais focado em minhas atribuições?


2. Quando surgem problemas inesperados em meu trabalho, sou capaz de manter o foco e encontrar uma solução?


3. As medicações que o médico receitou ajudaram a me concentrar mais no trabalho?


4. Beber café ou outra bebida com cafeína tem me ajudado a executar mais atividades?


5. Mesmo com meu problema de saúde, me sinto desafiado a trabalhar sempre melhor?


6. Consegui encontrar soluções inovadoras para os problemas, mesmo com minhas dificuldades de saúde?


7. Quando minha doença me incomodava, tive a paciência usual no trato com os clientes?


8. Meus hábitos alimentares me deram energia para realizar melhor minha função?


9. Devido ao meu problema de saúde, mesmo os grandes desafios de minha função não me excitaram?


10. Quando meus problemas de saúde atrapalhavam o trabalho, me sentia uma pessoa de sorte por receber o salário mesmo tendo realizado poucas coisas?


 


Fonte: WLQ


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Quem sou eu

Joinville, Santa Catarina, Brazil
Por Ricardo Toscano, Cirurgião-Dentista graduado pela Unifal, especialista em odontologia do trabalho pela UFSC, mestre em odontologia area de concentraçao em implantodontia cirurgica/protetica pelo Instituto latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontologico,reabilitador oral clinico. Responsável técnico pelo Instituto Odontologico Toscano. Notícias,ferramentas e artigos na área de Reabilitação Oral com ênfase na interdisciplinaridade e multidisciplinaridade.