sexta-feira, 27 de março de 2009

Indicadores de DORT nos Cirurgiões-Dentistas de Boa Vista - Roraima

Indicadores de DORT nos Cirurgiões-Dentistas de Boa Vista - Roraima

A DORT já está amplamente conhecida no meio científico e substituiu a antiga terminologia LER. A sigla significa doença osteomuscular relacionada ao trabalho e engloba todas as doenças que de alguma forma influenciam a interrupção do trabalho de forma temporária ou permanente. Os cirurgiões-dentistas também são acometidos por este mal, fato registrado cientificamente em trabalhos nacionais e internacionais.



As bases científicas sobre DORT e os fatores que influenciam este estado mórbido estimularam as acadêmicas Fredne Rocha, Lauricelia Barbosa e Whandermary D´Aguiar, do curso de Fisioterapia das Faculdades Cathedral, a desenvolveram uma investigação que culminou no trabalho de conclusão de curso sobre os indicadores de DORT entre os cirurgiões-dentistas da cidade de Boa Vista.
Dentre os dados importantes e que influenciam diretamente no aparecimento da DORT, destaca-se que 53% dos entrevistados trabalham mais de 8 horas por dia, 28% afirmaram trabalhar 8 horas e 19% 6 horas de atendimento aos pacientes, portanto, definindo uma jornada de trabalho pesada. A grande maioria (97%) afirmou que executa o trabalho a quatro mãos, fato que minimiza o surgimento da DORT.
Um total de 56% dos cirurgiões-dentistas quando questionados sobre pausas entre os atendimentos, responderam que não o fazem. Questionados sobre os alongamentos, 75% afirmam que não realizam. A atividade física foi perguntada, obtendo-se como resposta que somente 41% desenvolvem-na contra 59% de sedentários.
A investigação das causas de dor, se presentes, também foi parâmetro questionado. Nos últimos 12 meses, somente 20% relataram ausência de dor, 34% dos entrevistados não procuraram ajuda, 20% tiveram um diagnóstico de lombalgia, 13% receberam o diagnóstico de DORT, 7% por cento com hérnia de disco e 6% ainda não possuem um diagnóstico concluído.
Em entrevista ao CRO/RR, a professora Denise Rasia, mestre em Ergonomia, avaliou os resultados destacando que a excessiva jornada sem pausas, ausência de alongamento e/ou exercício físico, entre outros fatores de organização do trabalho, são fatores contribuintes para o desenvolvimento da DORT. “A DORT inicialmente é silenciosa. Quando diagnosticada em um grau avançado trás sérios danos, principalmente à vida profissional, já que os dentistas, em sua grande maioria, são autônomos, além de influenciarem a vida pessoal, pois é difícil para o familiar entender que além da dor, a diminuição da força também está presente, impedindo assim, atividades comuns, como se pentear ou segurar um copo. Por fim, todos esses fatores atacam psicologicamente o paciente que se sente impotente diante da doença”, explica.
Os trabalhos apontam algo satisfatório para os cirurgiões-dentistas de Boa Vista, o trabalho a quatro mãos que diminui o risco. “Não basta somente um equipamento que atenda às exigências ergonômicas e a presença do auxiliar, este deve ser bem treinado para efetivamente cumprir o trabalho a quatro mãos. Além disso, a jornada de trabalho deve ser organizada de tal forma que permita um descanso físico e mental, mesmo que em um curto espaço de tempo entre os pacientes”, acrescenta a professora Rasia.





- - - - - - - -


Fonte: Jornal do CRO/RR - Boa Vista, janeiro de 2009. p. 7.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou eu

Joinville, Santa Catarina, Brazil
Por Ricardo Toscano, Cirurgião-Dentista graduado pela Unifal, especialista em odontologia do trabalho pela UFSC, mestre em odontologia area de concentraçao em implantodontia cirurgica/protetica pelo Instituto latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontologico,reabilitador oral clinico. Responsável técnico pelo Instituto Odontologico Toscano. Notícias,ferramentas e artigos na área de Reabilitação Oral com ênfase na interdisciplinaridade e multidisciplinaridade.