terça-feira, 21 de outubro de 2008

Doenças reumáticas são terceira maior causa de faltas no trabalho. Automedicação acaba substituindo ida de pacientes ao especialista.

Camila Vieira

As doenças reumáticas são a terceira maior causa de falta ao trabalho no Brasil. Embora sejam designadas pelo termo genérico de “reumatismo”, elas são mais de cem tipos. As conclusões foram obtidas a partir de estudos da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Com sintomas semelhantes aos de outras doenças, as patologias reumáticas demoram a ser descobertas, porque na maioria dos casos as dores nas costas, ou próximo às juntas, são resolvidas com automedicação e não com a consulta ao reumatologista, especialista capaz de diagnosticar precisamente qual o tipo do mal e indicar o tratamento necessário.
O presidente da Liga dos Reumatologistas do Norte-Nordeste (Lirnne) e chefe do serviço reumático do Hospital Santa Izabel, o médico Mittermayer Santiago destaca a importância do diagnóstico precoce. “Ao sentir uma dor nas costas, ou próximo às juntas, o paciente não deve ignorá-la, e sim, procurar um reumatologista, que é o médico treinado para diagnosticar as doenças do aparelho locomotor e tratar o paciente como um todo”, alertou.
As doenças reumáticas atingem muitos órgãos e sistemas, mas têm em comum o comprometimento da região músculo-esquelética, ou seja, dos ossos, cartilagens, estruturas periarticulares (localizadas próximas às articulações, como tendões e ligamentos), e também dos músculos. De acordo com Santiago, a fibromialgia, a artrite reumatóide e o lúpus são algumas das patologias reumáticas que fazem com que o portador não consiga desenvolver suas atividades no serviço.
A fibromialgia, doença reumática causadora de dores generalizadas, alteração no sono e, conseqüentemente, irritabilidade e depressão, tem sido uma patologia que vem acometendo muitos trabalhadores. Esse foi o caso do segurança Jorge Anunciação, 47 anos, aposentado por invalidez. “Eu sofro demais. As dores são tão intensas que chego a chorar”, desabafa Anunciação, que descobriu a doença há quatro anos.
A presidente do Grupo de Portadores de Artrite Reumatóide de Salvador (Grupasa), Marilda Lopes, destaca que a maioria das 454 pessoas filiadas a Grupasa está aposentada por invalidez ou encostada junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). “Infelizmente, é uma doença que termina separando a pessoa de seu emprego. Mas é preciso dizer que faltam campanhas informativas e tratamentos adequados através do Sistema Único de Saúde (SUS)”, criticou.
Afastamento - Portadora de artrite reumatóide, a telefonista Maria Teresa Santana, 45 anos, foi obrigada a deixar o trabalho onde passava oito horas sentada. Segundo ela, as dores nos braços, mãos e costas são tão fortes que, em algumas ocasiões, sequer consegue levantar da cama. “Não pude continuar no serviço. As dores são muito intensas, principalmente, porque meu trabalho era sentada”, disse a portadora, que há cinco anos está afastada pelo INSS.
Entretanto, em alguns casos, os pacientes podem não apresentar queixas articulares, mas sim de órgãos diversos, como rins, coração, pulmões e pele. As patologias reumáticas mais comuns são as lombalgias, mais conhecidas como dores nas costas, tendinites e bursites, osteoartrose, artrite reumatóide, fibromialgia. “A maioria das doenças reumáticas é crônica, mas hoje é possível tratamento, que diminui os sintomas e ajuda a preservar e devolver a qualidade de vida do paciente. Para tanto, devem ser descobertas por um reumatologista e tratadas de forma adequada”, reforçou Santiago

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Quem sou eu

Joinville, Santa Catarina, Brazil
Por Ricardo Toscano, Cirurgião-Dentista graduado pela Unifal, especialista em odontologia do trabalho pela UFSC, mestre em odontologia area de concentraçao em implantodontia cirurgica/protetica pelo Instituto latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontologico,reabilitador oral clinico. Responsável técnico pelo Instituto Odontologico Toscano. Notícias,ferramentas e artigos na área de Reabilitação Oral com ênfase na interdisciplinaridade e multidisciplinaridade.