“Burnout” é um subproduto do stress prolongado que pode resultar em conseqüências negativas, tais como: absenteísmo, insônia, fadiga, e sentimentos de passividade ou de agressividade.
“Burnout” é uma síndrome multidimensional, caracterizada por sentimentos de exaustão e despersonalização emocionais e um reduzido senso de realização profissional.
“Burnout” é uma resposta a tensão emocional crônica de lidar extensivamente com outros seres humanos, particularmente quando eles são problemáticos.
Então, muitas vezes, os valores das “recompensas” não diminuem, mas os custos induzidos pelo stress se tornam pesados demais. Como conclusão, pode-se utilizar da idéia de Schimidt & Stein, que afirmam que o “Burnout” envolve uma desistência psicológica, emocional e, as vezes, física de uma atividade em resposta ao stress excessivo.
A partir destes conhecimentos, Smith propôs um modelo conceitual que mostra a dinâmica e as relações entre stress e “Burnout”. Este modelo tem estado presente nas citações de quase todos os estudos sobre “Burnout” posteriores a esta data.
O primeiro componente do modelo, a situação, envolve interações entre as demandas do ambiente e os recursos pessoais e ambientais. Alguns fatores têm sido vistos como geradores
de “Burnout”. Os mais comuns são demandas altas ou baixas demais para os recursos disponíveis.
Em seguida ao “input” do processo, vem a fase de processamento da informação, ou seja, a avaliação cognitiva pessoal dos fatores envolvidos no processo. Esta avaliação de demandas, recursos e conseqüências pode levar a pessoa a uma situação de percepção de perda de controle da situação e de desamparo, e ela passa então a se perguntar o que está fazendo
ali. Algumas conseqüências fisiológicas do “Burnout” começam a aparecer, como: insônia, fadiga e tensão. As vítimas do “Burnout” começam a se sentir emocionalmente depletadas e têm dificuldade de experimentar emoções positivas. O modelo assume uma relação de reciprocidade entre os componentes cognitivos e psicofisiológicos.
Isto é, as respostas psicofisiológicas dependem da avaliação que as pessoas fazem da situação, ao mesmo tempo em que as mudanças fisiológicas podem interferir no tipo de avaliação que se faz da situação.
O “output” do processo são as respostas comportamentais. Se o “input” e as avaliações foram entendidas como um simples stress, o comportamento será o de enfrentar a situação. Caso a avaliação dos agentes estressores tenha revelado na pessoa um sentimento de “impotência” para enfrentar a situação, o “Burnout” estará instalado. Neste caso, as repostas do sistema serão principalmente uma queda da performance e uma desistência da atividade devido a fatores psicológicos e, por vezes, mesmo físicos. Cada um dos componentes do modelo de Smith podem ser afetados por fatores motivacionais e de personalidade, o que mais uma vez explica como a avaliação subjetiva dos fatores estressores é de suma importância para
a compreensão do processo. Deste modo, completa-se o modelo conceitual que traça
um paralelo entre os componentes situacionais, cognitivos, fisiológicos e comportamentais do stress e do “Burnout”.
Personalidade e Fatores Motivacionais
Situação | Avalição Cognitiva | Respostas Fisiológicas | Respostas Comportamentais
| |
STRESS | Demandas/Recursos | -das demandas -dos recursos | (estímulos) | -enfrentar a situação |
Burnout | -demandas altas ou baixas demais -baixa autonomia -baixo suporte social | -percepção de perda de controle -pouca realização -perda do significado da atividade | -tensão, raiva -fadiga,insônia -ansiedade -depressão -doenças | -queda da performance -dificuldades interpessoais -desistência da atividade |
Tabela 1. Modelo conceitual que mostra as relações paralelas entre "Stress" e "Burnout".(Smith,1986)
A Odontologia do trabalho é a especialidade que tem como objetivo a busca permanente da compatibilidade entre a atividade laboral e a prevenção da saúde bucal do trabalhador, para aplicação desta teoria é necessário os odontológos do trabalho estarem atentos aos conceitos e respostas fisiológicas da síndrome de "Burnout" no complexo orofacial para que por intermédio do conhecimento identificar as causas que levam a tal síndrome e, ainda, as possíveis alternativas de evitá-las, ou então combatê-las, caso já estejam instaladas aplicando seus conhecimentos em uma equipe multidisciplinar que foca a atividade laboral.
Referências
1.Tourinho Filho, Hugo; Rocha, Claudio Miranda da. Síndrome de Burnout. Revista Médica Hsvp, 1999; 11(24): 33-38.
2.Oleiniski,José Carlos ; Oleiniski Denise Maria Belliard - Profs. da graduação e pós- graduação -UFSC/Doutores pela universidad Complutense de Madri-Espanha/ Coordenadores do curso de especialização em odontogeriatria-UFSC
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